PRATICAR A SUSTENTABILIDADE
É DIZER NÃO A CORRUPÇÃO!
A Câmara Internacional do Comércio estima que o impacto da corrupção nos negócios globais supere a marca de 5% do PIB, além disso, a corrupção aumenta os custos de se fazer negócios em 10%. O Banco Mundial calcula que o volume de dinheiro gasto apenas com propina já corresponda a US$ 1 trilhão. A corrupção é o principal obstáculo ao desenvolvimento sustentável ela atinge desproporcionalmente os pobres e impacta toda a sociedade, impede o crescimento econômico, compromete recursos que poderiam ter destinação produtiva ou socioambiental, distorcendo a livre concorrência, ameaçando a reputação e a legalidade. Algum avanço em seu combate, contudo, deve ser reconhecido. As regras de governança corporativa, principalmente aplicáveis às empresas com valores negociados no mercado americano, têm fomentado várias medidas de combate à corrupção, inclusive no que se refere à ação delas em mercados emergentes. No Brasil, a Lei da Ficha Limpa, a Lei de Acesso à Informação Pública e os julgamentos como o do Mensalão apontam que a tolerância da sociedade tem diminuído. Muitos casos de corrupção, todavia, fazem parte do dia a dia, integram o famigerado jeitinho brasileiro, sendo “moralmente aceitáveis”. Mudar essa mentalidade pode levar tempo, mas é urgente, principalmente se for considerada a sustentabilidade. Existem cálculos que demonstram que se menos da metade do dinheiro desperdiçado com corrupção fosse gasto com o desenvolvimento sustentável, grandes avanços seriam conseguidos para superar os desafios climáticos globais. Os recentes casos ocorridos no Brasil tiveram procedimentos de investigação iniciados por organismos de investigação e ministério público e, também, por organismos de investigação e controle financeiro no exterior. O fato revela maior integração internacional e redução significativa do espaço de manobra para aplicação de dinheiro proveniente de atividades suspeitas. Estudos apontam que os maiores fluxos na lavagem de dinheiro sujo ocorrem em obras públicas. Se observarmos os fatos ocorrentes nos últimos anos, verificaremos o expressivo número de processos, investigações e denúncias envolvendo atividades vinculadas a esse setor. Isso não apenas significa que há um incremento econômico na atividade da corrupção mas, principalmente, que os organismos de repressão estão muito mais atentos ao que se passa na Gestão Pública. De todo modo, para sermos sustentáveis devemos aplicar a tolerância zero para com a corrupção, e tal postura deve ser diretamente proporcional ao nível de consolidação dos regimes democráticos e das estruturas de repressão, fiscalização e transparência. Essa medida efetiva de desenvolvimento nacional, deve ser valorizada por toda a sociedade e servir de balizamento nas nossas escolhas neste processo eleitoral.
Fonte: https://www.regionalpenapolis.com.br/colunistas/meio-ambiente/11-10-2014
0 comments: