ESCOLA SATURNINO
DE BRITO
JABOATÃO DOS
GUARARAPES
DECRETO: nº 3433-74 publicado no D.O. E de
01/02/1975.
CNPJ: 10.572.071/2110-83
CADASTRO ESCOLAR: E – 106.012
CÓDIGO MEC/INEP: 26111314
ENDEREÇO: Estrada da Batalha s/n -
Prazeres – Jaboatão dos Guararapes CEP: 54.315.010
TELEFONES: (81)3181-3086
E-MAIL: escolasaturninodebrito@gmail.com
PROPOSTA PEDAGÓGICA
APRESENTAÇÃO
A Proposta Pedagógica é um
documento em que se definem os objetivos da ação e das linhas gerais a serem
seguidas na Escola Saturnino de Brito. Nessa proposta estão definidas as
diretrizes do processo de ensino e aprendizagem e os rumos da escola,
considerando a realidade de seus estudantes e as expectativas e possibilidades
concretas de formação de cidadãos. Elaborada e visitada pela equipe pedagógica
e comunidade.
A
Escola Saturnino de Brito,
estabelecimento de ensino oferece a comunidade, de forma presencial, o Ensino
Fundamental (em extinção), Educação de Jovens e Adultos - Ensino Médio e Ensino
Médio (Regular), sendo oferecida nos três turnos manhã, tarde e noite.
A Escola foi criada para
atender á demanda em idade escolar e fora de faixa de idade escolar,
proporcionando melhores condições de acesso, e atender a comunidade da
localidade e de bairros vizinhos como: Jardim Jordão, Jordão Baixo, Guararapes,
centro de Prazeres, Massangana e Piedade. A mesma visa oferecer aos alunos
formação integral de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9.394/96.
A Escola Saturnino de
Brito recebeu este nome em homenagem a um dos maiores engenheiros e
sanitaristas brasileiro, Doutor Saturnino de Brito. Francisco Saturnino Rodrigues de Brito
nasceu no dia 14 de julho de 1864, em Campos, estado do Rio de Janeiro, e
faleceu em 10 de março de 1929, aos 65 anos de idade, em Pelotas, enquanto
vistoriava obras de saneamento que ele projetara para a cidade.
Saturnino de Brito fazia parte
do que Ferreira definiu como "os politécnicos" categoria intelectual
que incluía tanto os bacharéis em ciências, quanto os engenheiros formados na
antiga Escola Central e na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Os
politécnicos se reconheceriam a partir de uma matriz ideológica comum, fundada
no positivismo e pautada na relação entre a modernização do país e o
desenvolvimento científico. Estes grupos eram conhecidos como
"missionários do progresso", homens de ciência que iriam salvar a
nação. Eles eram vistos como portadores de um saber objetivo, oposto ao saber
livresco baseado na retórica, característico dos bacharéis. Influenciados pelo
positivismo, consideravam-se eles próprios responsáveis pela direção e
encaminhamento das reformas necessárias ao progresso e à civilização do país.
Rigoroso na racionalidade funcional,
na técnica e na economia, publicou diversos artigos no Brasil e no exterior
todos envolvendo a consciência sanitária. Através de suas obras procurou
inserir na nascente ordem republicana, uma nova concepção de higiene,
esclarecendo dúvidas no que diz respeito às novas práticas sociais e ao uso das
novas instalações sanitárias. Desta forma, o urbanismo sanitarista brasileiro
tem no engenheiro Saturnino de Brito o seu pioneiro. A grande ressonância e a
influência de suas obras e ideias possibilitaram a criação de uma forma urbana
original, cujo elemento norteador e de maior destaque era o saneamento. Estabelece-se a partir de seus
trabalhos, então, uma nova forma de pensar as cidades, criando-se um novo
vocabulário, um novo método de observação e análises para resolverem os
problemas da cidade moderna. Assim, através de seu urbanismo sanitarista as
principais cidades brasileiras, das três primeiras décadas do século XX,
adquiriram novas formas que marcaram de modo decisivo suas estruturas urbanas
até os dias atuais. Sanear, prever e embelezar, tornar as cidades sadias,
planejadas e formosas, eis, portanto, os objetivos principais das intervenções
urbanísticas realizadas por Brito ao longo de sua trajetória.
JUSTIFICATIVA
A situação política, social e
econômica exige da escola o cumprimento de seu papel no sentido da aquisição,
acesso à continuidade dos estudos e apropriação dos conhecimentos necessários à
inserção de todos os cidadãos, contribuindo para a autonomia do sujeito, para
que possa intervir no seu entorno social atuando na busca da superação das
desigualdades e do respeito ao ser humano.
Considerando que a formação do ser
humano pressupõe que este participe dos frutos do trabalho e então há que se
garantir que a escola veicule representações ideológicas alicerçadas na
solidariedade, na coletividade, legalidade, equidade e sustentabilidade.
OBJETIVO
GERAL
Desenvolver uma proposta pedagógica
atenta às necessidades de aprendizagem de cada etapa, nível e modalidade de
ensino, buscando a qualidade na formação integral dos cidadãos capazes de
intervir na realidade social, resgatando a sua autoestima, suas potencialidades
através de hábitos, habilidades e atitudes possibilitando seu ingresso no
mercado de trabalho e inclusão daqueles que querem dar continuidade aos seus
estudos.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Estimular o uso de material didático
pedagógico, adequado a cada nível, etapas e modalidade de ensino;
Envolver todos os segmentos da escola
no planejamento de atividades culturais;
Incluir os alunos portadores de
necessidades especiais ao Ensino Regular;
Atuar com gestão democrática,
participativa, transparente, que possibilite a reivindicações de diversos
níveis;
Valorizar os profissionais que atuam
na escola;
Vivenciar os temas transversais: meio
ambiente, orientação sexual, drogas, valores éticos, paz na escola;
Incentivar a relação Escola x
Comunidade;
Resgatar a autoestima do grupo,
fazê-lo acreditar nas possibilidades de intervenção na realidade;
Incentivar a leitura e a escrita de
forma crítica, organizada e prazerosa, em todas as áreas de conhecimento;
Reunir pais e mestres para discutir
sobre o desempenho do aluno.
PROBLEMAS
DETECTADOS
Deficiências na construção do ensino
e aprendizagem;
Baixa média;
Ausência de professores e
funcionários por motivos variados (dispensa para cursos, licença médicas,
readaptação de função e outros);
Indisciplina dos alunos.
AÇÕES
#
Envolver todos os professores nas capacitações, cursos, encontros oferecidos
pela SE / GRE / NTE, NEL;
#
Apoiar e implantar projetos em desenvolvimento na escola, que envolvam toda a
comunidade escolar;
#
Formação e participação dos estudantes colaboradores e professores de apoio,
auxiliando na disciplina junto aos professores;
#
Incentivar e fazer a chamada para formação do Grêmio Estudantil;
#
Cumprimento do Conteúdo de acordo com aulas previstas e dadas;
#
Intervenção pedagógica através de Projetos proposto na PP, que tenham como meta
o desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem dos alunos (as) abaixo da
média;
#
Cumprimento, pontualidade no preenchimento das cadernetas e SIEPE;
#
Registro das aulas atividades e Formação Continuada;
#
Encontros e Reuniões com Familiares;
#
Aderir aos Programas do Ministério e da Secretaria da Educação.
AÇÕES COMPLEMENTARES
NA ESCOLA
* Mais Vida
Desafio: Resgate da autoestima, despertar talentos e dons, integrar os/as estudantes, no meio
social, cultural e tecnológico.
Justificativa: Entendemos que através da ludicidade, artes e
culturas temos como meta principal o significado e resgate da autoconfiança e cooperação, desenvolvendo oportunidade
interdisciplinar e ou
multidisciplinar.
Ações: Gincana Cultural;
Jogos Interclasses; Olimpíadas da Matemática; Teatro; Banda Marcial; Dança e Música;
Gincana.
Áreas de Conhecimento: Todas.
* Minha Escola Sustentável – Educação
Ambiental
Desafio: Manutenção do meio ambiente
Justificativa: Na construção de valores sócio
ambiental, adquire-se conhecimento e atitudes voltadas à manutenção do meio
ambiente, ecologicamente equilibrado, contribuindo fortemente para a formação
da cidadania sócio ambiental e para adoção de novos comportamentos do educando
em relação ao meio ambiente.
Ação: Conferência;
Seminário, Campanha, Mural.
Áreas de Conhecimento: Ciências e
Tecnologias (Biologia, Física, Química)
*
Expoleitura da Biblioteca Aderbal Jurema
Desafio: Formação de
leitores.
Justificativa: A
realização desse projeto é uma ação de incentivo a prática e eventos de leitura
tendo como justificativa as deficiências dos alunos em relação à leitura e a
formação de leitores uma vez que a leitura é pressuposto básico para o bom
desempenho do aluno em qualquer área do conhecimento. É também, parte
integrante do projeto pedagógico e da educação em geral. A biblioteca da escola
é veículo de apoio na ampliação de conhecimentos e se propõe a uma ação
compartilhada visando uma integração:
·
professores de apoio pedagógico da biblioteca e
professores regentes;
·
entrega e recebimeto dos livros didáticos;
·
empréstimos de livros, individualmente e/ou em
pequenos grupos;
·
socialização de preferência literária;
·
incentivo
a formação de novos leitores uma vez que a leitura é pressuposto básico para o
bom desempenho de cada estudante, em qualquer área do conhecimento;
·
catalogação,
tombamento e organização dos livros e periódicos.
Ações:
– leitura de livro não didático
(Literatura Mundial);
– releitura na biblioteca;
- preenchimento da Ficha de Leitura com
comentários e opinião sobre a obra literária e uma citação direta (não deve
contar o enredo e nem o final do livro)
– festival literário: mural, sarau, clube
de leitura, feira de livros;
– indicação da literatura lida;
- premiação aos alunos leitores assíduos.
- registros de código e livros, leitor,
turma data de empréstimo e devolução.
Áreas de Conhecimento: Linguagens e Códigos (Ling.
Portuguesa, Ling. Inglesa e Arte)
LABORAH - Laboratório de História,
Filosofia e Ciências Humanas
Desafio: exercício da
cidadania
Justificativa: Para que o
aluno exerça sua cidadania é necessário que seja aguçado “o pensar humano” e
desenvolver “o espírito crítico”, debruçar-se “sobre a ciência” analisando as
situações diversas na política, na ética e na sociedade que está inserido,
“levando o aluno a questionar o mundo em que se encontra, transformando assim a
sua realidade histórica”.
Ações:
1. Reunir semanalmente para discutir
temas filosóficos e Temáticas Legais tais como: Combate e Prevenção ao
“Bullying”, Estatuto da Criança e Adolescentes, Estatuto do Idoso, Símbolos e
Hino Nacional, Cultura afrobrasileira e Indígena, Informação, Combate,
Prevenção e Consequências sobre Drogas Ilegais e Entorpecentes; Diversidade de
Gêneros;
2. Oganizar arquivos virtuais
históricos, geográficos, filosóficos e antropológicos;
3. Apresentar periodicamente os
resultados de trabalhos realizados à comunidade;
4. Organizar um “fanzine” e um “blog”;
5. Elaborar e organizar um acervo
histórico e antropológico da escola.
Áreas de Conhecimento: Ciências
Humanas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia)
GESTÃO PEDAGÓGICA
Blogger: escolasaturninodebrito10@blogspot.com.br
Desafio: Compartilhamento e Divulgação
Justificativa: Ferramenta do mundo virtual, o blog
é eficaz para compartilhar as ações pedagógicas, sendo útil para a equipe gestora
divulgar o projeto político-pedagógico, cotidiano escolar, informações e
temáticas sobre a educação, ampliar a discussão de conteúdos trabalhados em
sala de aula, a produção dos estudantes, além do mais, divulgar atividades
desenvolvidas na escola, além de interagir com outras instituições.
WhatsApp:
Atividade ESB
Desafio: Socialização do cotidiano escolar entre os professores e gestão.
Justificativa: É Aprendendo que se Ensina, portanto, para estimular a
aula atividade dos professores regentes, formou-se um grupo no “WhatsApp”
através do compartilhamento de reflexões e práticas pedagógicas, informações do
blogger, ideias e opiniões do ensino e aprendizagem e socialização do cotidiano
escolar entre os professores.
Áreas de Conhecimento: Todas
COMEMORAÇÕES
VIVENCIADAS
Carnaval
Páscoa (semana santa);
História e Cultura Indígena;
Semana do Meio Ambiente;
Festa Junina (São João);
Dia do Estudante – Agosto*
Semana da Leitura – Outubro;
Semana da Consciência Negra História
e Cultura – Novembro;
Comemorações dos Concluintes
Natal - Dezembro.
CONVÊNIO /
PARCERIA
MENOR APRENDIZ
CIEE – Centro de Integração Empresa
Escola de Pernambuco
Oferece estágio de Estudantes da
Instituição de Ensino junta à instituição de Cedente, o qual, obrigatório ou
não o dever ser de interesse curricular e pedagogicamente útil, entendido o
estágio como estratégia de profissionalização ou de preparação básica para o
trabalho “a promoção da integração ao mercado” e a formação para o trabalho “.
ABRE – Associação Brasileira de
Estágios;
IEL – Instituto de Engenharia Legal.
NEL - Núcleo de Estudos de Línguas
Programa Ganhe o Mundo
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
“Uma ciência do passado produz uma escola morta,
dissociada da realidade do mundo e da vida. Uma educação sem vida produz seres
incompetentes, incapazes de pensar, construir o conhecimento. Uma escola morta,
voltada para uma educação do passado, produz indivíduos incapazes de se
autoconhecerem, como fonte criadora e gestora de sua própria vida, como autores
de sua própria história”. Maria Cândida Moraes
CONCEPÇÕES
DE ENSINO E APRENDIZAGEM
São requisitos básicos ao trabalho
docente, os domínios do conteúdo com o qual o professor e outros conhecimentos
que, juntamente com os conteúdos, fazem parte dos saberes da pedagogia, ou mais
precisamente, da teoria e da prática da educação. Dentre esses saberes estão
àqueles referentes aos mecanismos pelos quais acontece a aprendizagem
(TEIXEIRA, 2000) e suas relações com a prática docente.
Uma teoria de aprendizagem diz
respeito ao processo pelo qual os indivíduos se apropriam ativamente das
experiências acumuladas pela humanidade em geral e pelo grupo social do qual
fazem parte.
Entende-se por aprendizagem o
processo pelo qual os indivíduos da espécie humana vão se constituindo como
homens ao longo de sua existência, diferenciando-se dos demais animais e se
apropriando dos produtos da cultura. Nesse sentido a aprendizagem acontece no
contexto escolar é apenas um aspecto desse processo. (TEIXEIRA, 2000).
A aprendizagem escolar, portanto, é
um processo não natural e somente ocorre se houve a concorrência de elementos
mediadores, que são, por sua vez, socialmente construídos. O resultado mais
eloquente da aprendizagem escolar é, para utilizar uma expressão de SAVIANI
(1997b), a conversão do objeto de aprendizagem numa espécie de “segundo
natureza”. Ou seja, o conhecimento tem de ser tão propriamente do sujeito, que
se quer pode-se imaginá-lo desprovido dele. É como se este o conhecimento
fizesse parte da natureza do sujeito.
O conhecimento não é transferido, nem
inventado pelo homem, mas construído por ele na sua relação com os outros e com
o mundo. Assim, os conteúdos que o professor apresentar precisam ser refletidos
e reelaborados pelos alunos que se constituem em conhecimento deles. Cabe ao
educador mobilizar os estudantes, de todas as modalidades de ensino, e propiciar os meios para que os mesmos
apropriam-se do conhecimento, elaborem e expressem sínteses.
Inicialmente os alunos apresentam uma
visão fragmentada e no âmbito do senso comum em relação ao objeto do
conhecimento. No entanto, o professor deve partir do conhecimento dos alunos
propiciando o estabelecimento de múltiplas relações no sentido de levá-los a
perceber que seu conhecimento é sincrético e insuficiente para atender a
realidade. A ação do professor deve ser elaborada e concreta. Para detectar que
as questões precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e, em consequência,
que o conhecimento é necessário dominar, há necessidade do professor dominar o
conteúdo para saber onde é importante dar ênfase, relacionar, criar, selecionar
e organizar (SAVIANI, 1997b).
Para que a aprendizagem seja eficaz
e ocorra a apropriação do conhecimento, há necessidade da ação do sujeito sobre
o objeto de conhecimento. O professor deve comprometer-se com a análise crítica
das questões sócio econômico cultural, exigindo dos alunos produção de análises
escritas e a realização de debates com fundamentação teórica pertinente e não
se utiliza síntese pronta.
AVALIAÇÃO:
“A avaliação deve ser entendida
como parte do processo de ensino-aprendizagem esclarecendo sobre o que o aluno
aprendeu e o que ainda não aprendeu”.(Mendes)
A avaliação do processo de
ensino-aprendizagem requer que o professor faça “Uma reflexão sobre o nível de
qualidade do trabalho escolar tanto do professor como do aluno...” (LIBÂNIO,
1992, p. 195). A avaliação da aprendizagem escolar, não se descola de um modelo
teórico de sociedade e de educação. Numa sociedade conservadora, com uma
educação conservadora, tende a promover a conservação, sendo a avaliação
meramente classificatória. Nas pedagogias preocupadas com a transformação, a
avaliação se torna um “mecanismo de diagnóstico da situação, tendo em vista o
avanço e o crescimento” (LUCKESI, 1997, p. 32).
A avaliação é uma forma de
ajuizamento da qualidade do objeto avaliado e comporta três elementos:
- É
um juízo de valor, ou seja, uma apreciação qualitativa sobre um objeto
qualquer a partir de critérios pré-estabelecidos;
- Trata-se
de um julgamento feito com base em indicadores que delimitam a qualidade
esperada do objeto;
- A
avaliação conduz a uma tomada de decisão.
A avaliação escolar cumpre três
funções: pedagógico–didática, de diagnóstico e de controle (LIBÂNIO, 1992). A
função da educação escolar em relação às finalidades sociais de ensino; a
preparação dos estudantes para as exigências da vida em sociedade em relação á
apropriação dos meios culturais necessários á participação social ativa.
Avaliação favorece que os alunos assumam o estudo como dever e contribui para a
própria assimilação e fixação dos conteúdos na medida em que “a correção dos
erros cometidos possibilita o aprimoramento, a desenvolvimento das capacidades
cognoscitivas” (LIBÂNIO, 1992, p. 197).
A função diagnóstica diz respeito ao
processo de acompanhamento do desempenho tanto do aluno quanto do professor,
identificando progressos ou dificuldades que determinam as modificações que se
fizerem necessárias no processo de ensino. A função diagnóstica é a mais
importante porque possibilita a avaliação do cumprimento da função
didático-pedagógico e porque dar sentido a função de controle.
A função de controle é a que se
refere ao controle sistemático dos meios e da freqüência das verificações dos
resultados do processo. Esse controle pode ser feito continuamente na interação
entre o professor e o estudante, através de diversas atividades que permitam ao
professor observar como os estudantes estão se conduzindo.
Essas funções não podem ser
consideradas isoladamente por que atuam de modo interdependente.
O conceito de avaliação que permeia
o projeto pedagógico da Escola Saturnino de Brito trata-se de procedimentos que
tem como objetivos verificar se os alunos estão se apropriando ou não dos
conhecimentos transmitidos na escola e pela escola.
Em síntese a avaliação deve ser:
a) Diagnóstica no sentido de o professor
verificar mais o processo de apropriação ou não do conhecimento por parte dos
alunos do que o resultado;
b) Os erros não devem ser apenas
constatados, porque segundo esta visão diagnóstica, os erros sinalizam
possibilidades de se vislumbrar meios para superar a visão parcial do
estudante;
c) Apesar das diferenças no modo como
cada professor avalia a apropriação dos conteúdos pelos estudantes é
fundamental.
A proposta em termos de ensino,
aprendizagem e avaliação não é somente uma nova proposta de trabalho docente,
mas uma atitude do professor que corresponde á visão de desenvolvimento do ser
humano.
AVALIAÇÃO
DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM:
Considerando a avaliação como
instrumento de investigação, diagnóstico e intervenção que deve ser realizado
em todo o momento, contínua durante o processo de ensino-aprendizagem faz-se no
sentido de verificar o que é necessário ser melhorado nas próximas etapas do
trabalho, tanto na construção do conhecimento pelo aluno quanto ao professor refletir
sobre sua ação e repensar o processo de ensino-aprendizagem. Atendendo as
Instruções Normativas 04/2014 e 14/2008.
Algumas
ações avaliativas internas:
- Atribuição
de notas as diversas atividades do estudante durante o bimestre;
- Participação
produtiva das atividades complementares a sala de aula;
- Participação
nas interações com o grupo (convivência cotidiana da sala de aula);
- Participação
nas Ações do Projetos Pedagógicos;
- Apresentação
de trabalhos individuais e em grupo;
- Debates;
- Seminários;
- Simulado,
- Conferências;
- Provas/testes.
CRITÉRIOS DE PERMANÊNCIA DO ALUNO
Para erradicar as desistências e
também a reprovação são realizados(as):
- Encontro de Famílias e Mestres
bimestralmente,
- Plantão Pedagógico semestralmente,
- Conselho de Classe bimestralmente,
- Reunião Pedagógica bimestralmente,
- Monitoramento e Intervenção Pedagógica do Rendimento escolar
e frequência pela Analistas Educacionais que repassam as planilhas das turmas
às Educadoras de Apoio para providências cabíveis.
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
Plano Nacional da Educação - PNE
Diretrizes Curriculares
Paramêtros Curriculares Nacional
Conteúdo curricular – Ensino Médio
Base Nacional Curricular - BNC
PROPOSTA PARA O
ENSINO MÉDIO REGULAR E MODALIDADE DA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A Proposta Pedagógica para o Ensino Médio
brasileiro teve como referência mais importante os requerimentos do exame de
ingresso à educação superior. A razão disso, fartamente conhecida e
documentada, pode ser resumida muito simplesmente: num sistema educacional em
que poucos conseguem vencer a barreira da escola obrigatória, os que chegam ao
ensino médio destinam-se em sua maioria aos estudos superiores para
terminar sua formação pessoal e profissional. Mas essa situação está mudando e
vai mudar ainda mais significativamente.
A
demanda para ascender a patamares mais avançados do sistema de ensino é visível
na sociedade brasileira. Essa ampliação de aspirações decorre não apenas da
urbanização e modernização consequentes do crescimento econômico como de uma crescente
valorização da educação como estratégia de melhoria de vida e empregabilidade.
Dessa forma, aquilo que no plano legal foi durante décadas estabelecido como
obrigação, passa a integrar, no plano político, o conjunto de direitos da
cidadania.
O aumento
contínuo, dos que conseguem concluir a escola obrigatória, associado à
tendência para diminuir a idade dos concluintes, vai permitir a um número
crescente de jovens ambicionar uma carreira educacional mais longa. Por outro
lado, a demanda por ensino médio vai também partir de segmentos já inseridos no mercado de
trabalho que aspiram melhoria salarial e social e precisam dominar habilidades
que permitam assimilar e utilizar produtivamente recursos tecnológicos novos e
em acelerada transformação.
No primeiro
caso são jovens que aspiram melhores padrões de vida e de emprego. No segundo
são adultos ou jovens adultos, via de regra mais pobres e com vida escolar mais
acidentada. Estudantes que aspiram trabalhar, trabalhadores que precisam
estudar, a clientela do ensino médio tende a tornar-se mais heterogênea, tanto
etária quanto socio-economicamente, pela incorporação crescente de jovens e
jovens adultos originários de grupos sociais até o presente sub-representados
nessa etapa da escolaridade.
As
estatísticas recentes confirmam essa tendência. Desde meados dos anos 80 foi no
ensino médio que se observou o maior crescimento de matrículas no país. De 1985
a 1994 esse crescimento foi em média de mais de 100%, enquanto no ensino
fundamental foi de 30%.
A
hipótese de que a expansão quantitativa vem ocorrendo pela incorporação de
grupos sociais até então excluídos da continuidade de estudos após o
fundamental, fica reforçada quando se observa o padrão de crescimento da
matrícula: concentrado nas redes públicas e, nestas, predominantemente nos
turnos noturnos, que representaram 68% do aumento total. No mesmo período (85 a
94) a matrícula privada, que na década anterior havia crescido 33%, apresentou
um aumento de apenas 21%.
Se o
aumento observado da matrícula já preocupa os sistemas de ensino, a situação é
muito mais grave quando se considera a demanda potencial. O Brasil continua
apresentando a insignificante taxa líquida de 25% de escolaridade da população
de 15 a 17/18 anos no ensino médio. Outros tantos dessa faixa etária, embora no
sistema educacional, ainda estão presos na armadilha da repetência e do atraso escolar do ensino
fundamental.
Considerando
que o egresso do ensino fundamental tem permanecido, em média, onze e não nove
anos na escola, a correção do fluxo de alunos desse nível, se bem sucedida, vai
colocar às portas do ensino médio um grande número de jovens cuja expectativa
de permanência no sistema já ultrapassa os nove anos de escolaridade
obrigatória.
A
expectativa de crescimento do ensino médio é ainda reforçada pelo fenômeno
chamado onda de adolescentes identificado em recentes estudos demográficos:
De fato, enquanto a geração dos adolescentes de 1990 era numericamente
superior à geração de adolescentes de 1980 em 1 milhão de pessoas, as gerações
de adolescentes em 1995 e 2000 serão maiores do que as gerações de 1985 e 1990
em 2.3 e 2.8 milhões de pessoas, respectivamente. No ano 2005, este incremento
cairá para o nível de 500 mil pessoas, caracterizando o fim desta onda de
adolescentes.
Mesmo
considerando o gradativo declínio do número de adolescentes, caracterizado pela
mencionada “onda”, os números absolutos são enormes e dão uma ideia mais
precisa do desafio educacional que o país enfrentará. Pela contagem da população
realizada em 1996 (IBGE), em 1999 o Brasil terá 14.300.448 pessoas com idade
entre 15 e 18 anos. Esse número cairá para a casa dos 13 milhões a partir de 2001, e
para a casa dos 12 milhões a partir de 2007. No início da segunda década do
próximo milênio (2012), depois de o fenômeno da onda de adolescentes, o país
ainda terá 12.079.520 jovens nessa faixa etária.
Contam-se
portanto em números de oito dígitos os cidadãos e cidadãs brasileiras a quem
será preciso oferecer alternativas de educação e preparação profissional para
facilitar suas escollhas de trabalho, de normas de convivência, de formas de
participação na sociedade.
Finalmente,
como mostra o mencionado estudo, a onda de adolescentes acontece num momento de
escassas oportunidades de trabalho e crescente competitividade pelos postos
existentes. Na verdade, os dois fenômenos somados – escassez de emprego e
aumento geracional de jovens – respondem pela expressiva diminuição, na
população de adolescentes, da porcentagem dos que já fazem parte da população
economicamente ativa. Este é um indicador a mais de que essa população vai
tentar permanecer mais tempo no sistema de ensino na expectativa de receber o
preparo necessário para conseguir um emprego. A capacidade do país para atender
essa demanda é muito limitada. Menos de 50% de toda a população de 15 a 17 anos
está matriculada na escola e destes, metade ainda está no ensino fundamental. As
décadas de crescimento econômico excludente, que aprofundou a fratura social e
produziu a pior distribuição de renda do mundo. A esse padrão de crescimento
associa-se uma desigualdade educacional que transformou em privilégio o acesso
a um nível de ensino cuja universalização é hoje considerada estratégica para a
competitividade econômica e o exercício da cidadania.
A falta
de vagas no ensino médio público; a segmentação por qualidade, aguda no setor
privado, mas presente também no público; o aumento da repetência e da evasão
que estão acompanhando o crescimento da matrícula gratuita do ensino médio alertam para o fato de que a extensão desse ensino a um número maior e
muito mais diversificado de alunos será uma tarefa tecnicamente complexa e
politicamente conflitiva. Pelo caráter que assumiu na historia
educacional de quase todos os países, a educação média é particularmente
vulnerável à desigualdade social. Enquanto a finalidade do ensino fundamental
nunca está em questão, no ensino médio se dá uma disputa permanente entre
orientações mais profissionalizantes ou mais acadêmicas, entre objetivos
humanistas e econômicos. Essa tensão de finalidades expressa-se em privilégios
e exclusões quando, como ocorre no caso brasileiro, a origem social é o fator
mais forte na determinação de quais têm acesso à educação média e à qual modalidade
da mesma.
É,
portanto do ensino médio que se vem cobrando uma definição sobre o destino
social dos alunos, cobrança esta que ficou clara com a política, afinal fracassada,
de profissionalização universal criada pela Lei 5692/71. E nunca é demais lembrar que os
concluintes da escola obrigatória ainda constituem uma minoria selecionada de
sobreviventes do ensino fundamental. Com a melhoria deste último espera-se que
a maioria consiga cumprir os 09(nove) anos da escola obrigatória. A universalização
do ensino médio, além de mandamento legal, será assim uma demanda social concreta.
É tempo de pensar na escola média a ser oferecida a essa população.
Os
finais de anos 90 inspiram momentos de rara lucidez como o que teve Italo
Calvino quando afirmou que só aquilo que formos capazes de construir neste milênio
poderemos levar para o próximo. O Brasil não tem para legar ao século XXI uma
tradição consolidada de educação média democrática de qualidade. Mas tem o
legado valioso da lição aprendida com a expansão do ensino fundamental: não é
possível oferecer a todos uma escola programada para a excluir a maioria, sem
aprofundar a desigualdade, porque em educação escolar a superação de exclusões
seculares requer ir além do “fazer mais do mesmo”.
Já na antevéspera do ano 2000 – após sofrida
trajetória que, certamente, inclui mais de uma repetência e períodos
intermitentes fora da escola – os filhos das famílias mais pobres deste país
estão finalmente descobrindo a importância da escola, indo para além dos quatro
primeiros anos iniciais, mesmo nos Estados mais atrasados, e já batendo nas
portas do ensino secundário nos Estados do sul. Não temos mais o direito de
repetir erros agora, quando estamos repensando a educação deste país e nos
preparando para a árdua luta da competição internacional. É fundamental criar
todo tipo de incentivo e retirar todo tipo de obstáculo para que os jovens
permaneçam no sistema escolar. As questões que envolvem o adolescente de hoje
não podem mais ser pensadas fora das relações mais ou menos tensas com o mundo
do trabalho, fora de sua condição de grande consumidor potencial de bens e
serviços em uma sociedade de massas, onde a escolarização não se limita mais
aos jovens e o trabalho não é só de adultos, ou fora de suas relações de
autonomia ou dependência para com a ordem jurídica e política. O momento que vive a educação brasileira nunca foi tão propício para pensar
a situação de nossa juventude numa perspectiva mais ampla do que a de um
destino dual. A nação anseia para superar privilégios, entre eles os educacionais,
a economia demanda recursos humanos mais qualificados. Esta é uma oportunidade
histórica para mobilizar recursos, inventividade e compromisso na criação de
formas de organização institucional, curricular e pedagógica que superem o
status de privilégio que o ensino médio ainda tem no Brasil para atender, com
qualidade, clientelas de origens, destinos sociais e aspirações muito diferenciadas.
As Bases
Legais Do Ensino Médio Brasileiro
O marco
desse momento histórico está dado pela LDB 9.394/96, que aponta o caminho
político para o novo ensino médio brasileiro. Em primeiro lugar destaca- se a
afirmação do seu caráter de formação geral, superando no plano legal a histórica
dualidade dessa etapa de educação:
Artigo 21.I - A educação escolar
compõem-se de: educação básica, formada pela educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio;
Na
verdade, a Constituição de 1988 já prenunciava isto quando, no inciso II do
Artigo 208, garantia como dever do Estado a «progressiva extensão da
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio».
Posteriormente,
a emenda Constitucional nº 14/96, «progressiva universalização do ensino médio
gratuito». A Constituição, portanto confere a este nível de ensino o estatuto de
direito de todo o cidadão. O ensino médio passa, pois a integrar a etapa do processo educacional
que a nação considera básica para o exercício da cidadania, base para o acesso às atividades
produtivas, inclusive para o prosseguimento nos níveis mais elevados e
complexos de educação, e para o desenvolvimento pessoal.
O
caráter de educação básica do ensino médio, ganha conteúdo concreto quando, em
seus artigos 35 e 36, a LDB estabelece suas finalidades, traça as diretrizes
gerais para a organização curricular e define o “perfil de saída” do educando:
Artigo 35 – O ensino médio, etapa final
da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
I. a consolidação e o aprofundamento
dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o
prosseguimento de estudos;
II. a preparação básica para o trabalho
e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se
adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III. o aprimoramento do educando como
pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia
intelectual e do pensamento crítico;
IV. a compreensão dos fundamentos
científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a
prática, no ensino de cada disciplina.
Artigo 36 – O currículo do ensino médio
observará o disposto na Seção I deste Capítulo e as seguintes diretrizes:
I. destacará a educação tecnológica
básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o
processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua
portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício
da cidadania;
II. adotará metodologias de ensino e de
avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes;
III. será incluída uma língua estrangeira
moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma
segunda, em caráter optativo dentro das disponibilidades da instituição.
Parágrafo primeiro – Os conteúdos, as
metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que ao
final do ensino médio o educando demonstre:
I. domínio dos princípios científicos e
tecnológicos que presidem a produção moderna;
II. conhecimento das formas contemporâneas
de linguagem;
III. domínio dos conhecimentos de Filosofia
e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania.
Parágrafo segundo – O ensino médio,
atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de
profissões técnicas.
Parágrafo terceiro – Os cursos de
ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de
estudos.
Parágrafo quarto – A preparação geral
para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional, poderão ser
desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação
com instituições especializadas em educação profissional.
A lei
sinaliza assim que, mesmo a preparação para prosseguimento de
estudos terá como conteúdo não o
acúmulo de informações mas a continuação do desenvolvimento da capacidade de
aprender e a compreensão do mundo físico, social e cultural, tal como prevê o Artigo
32 para o ensino fundamental, do qual o
nível médio é a consolidação e o
aprofundamento.
A
concepção da preparação para o trabalho que fundamenta o Artigo 35 aponta para
a superação da dualidade do ensino médio: essa preparação será básica, ou seja, aquela que deve ser base para a formação de
todos e para todos os tipos de trabalho. Por ser básica terá como
referência as mudanças nas demandas do mercado de trabalho, daí a importância
da capacidade de continuar aprendendo; não se destina apenas àqueles já que
estão no mercado de trabalho ou que nele ingressarão a curto prazo; nem será
preparação para o exercício de profissões específicas ou para a ocupação de
postos de trabalho determinados.
Assim
entendida, a preparação para o trabalho – fortemente dependente da capacidade
de aprendizagem – destacará a relação da teoria com a prática e a compreensão
dos processos produtivos enquanto aplicações das ciências, em todos os conteúdos curriculares. A
preparação básica para o trabalho não está portanto vinculada a nenhum
componente curricular em particular, pois o trabalho deixa de ser obrigação –
ou privilégio – de conteúdos determinados para integrar-se ao currículo como um
todo. Finalmente, no artigo 36, as diretrizes sobre como deve ser organizado o
currículo do ensino médio para que o aluno apresente o perfil de saída
preconizado pela lei, estabelecem o conhecimento dos princípios científicos e
tecnológicos da produção ao nível do domínio,
reforçando a importância do trabalho no currículo. Destaca-se a importância
que o artigo 36 atribui às linguagens: à língua portuguesa não apenas enquanto
expressão e comunicação mas como forma de acessar conhecimentos e exercer a
cidadania; às linguagens contemporâneas, entre as quais é possível identificar
suportes decisivos para os conhecimentos tecnológicos a serem dominados.
Entendida
a preparação para o trabalho no contexto da educação básica, da qual o ensino
médio passa a fazer parte inseparável, o artigo 36 prevê a possibilidade de sua
articulação com cursos ou programas diretamente vinculados à preparação para o
exercício de uma profissão, não sem antes: reiterar a importância da formação
geral a ser assegurada; e definir a equivalência de todos os cursos de ensino
médio para efeito de continuidade de estudos. Neste sentido, e coerente com o
princípio da flexibilidade, a LDB abre aos sistemas e escolas muitas
possibilidades de colaboração e articulação institucional a fim de que os tempos
e espaços da formação geral fiquem preservados e a experiência de instituições
especializadas em educação profissional seja aproveitada, para responder às necessidades
heterogêneas dos jovens brasileiros.
Diante
da violência, do desemprego e da vertiginosa substituição tecnológica,
revigoram-se as aspirações de que a escola, especialmente a média, contribua
para a aprendizagem de competências de caráter geral, visando a constituição de
pessoas mais aptas a assimilar mudanças, mais autônomas em suas escolhas, mais
solidárias, que acolham e respeitem as diferenças, pratiquem a solidariedade e
superem a segmentação social.
Nos
países de economia emergente, a essas preocupações somam-se ainda aquelas
geradas pela necessidade de promover um desenvolvimento que seja sustentável a
longo prazo e menos vulnerável à instabilidade causada pela globalização
econômica. A sustentabilidade do desenvolvimento contemporâneos de produção de
bens, serviços e conhecimentos, a preparação de recursos humanos para um
desenvolvimento sustentável supõe desenvolver capacidade de assimilar mudanças
tecnológicas e adaptar-se a novas formas de organização do trabalho. Esse tipo
de preparação faz necessário o prolongamento da escolaridade e a ampliação das oportunidades
de continuar aprendendo. Formas equilibradas de gestão dos recursos naturais,
por seu lado, exigem políticas de longo prazo, geridas ou induzidas pelo Estado
e sustentadas de modo contínuo e regular por toda a população, na forma de
hábitos preservacionistas racionais e bem informados.
As medidas legais representam, no entanto, passos
preparatórios para as mudanças reais na educação brasileira, em sintonia com as
novas demandas de uma economia aberta e de uma sociedade democrática. Estará
nas mãos das instituições escolares e respectivas comunidades a construção
coletiva e permanente de propostas e práticas pedagógicas inovadoras que possam
dar resposta às novas demandas da oferta
do Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos.
Para o acesso do estudante
à oferta da Educação de Jovens e Adultos, de acordo com o disposto na CEE/PE, a
idade deverá restringir-se a igual ou superior a 18 (dezoito) anos para o
ensino médio, sendo vedada, a oferta de Educação de Jovens e Adultos em nível
médio, a matrícula de estudantes da faixa etária compreendida na escolaridade
universal obrigatória, ou seja, 18(dezoito) anos. A certificação de conclusão
dos cursos de Educação de Jovens e Adultos seguirá o disposto na Resolução Nº
01/2000 CNE/CEB e Resolução Nº 03/2010 CEE/PE.
A carga horária da Educação de Jovens e Adultos, de
acordo com a Resolução Nº 03/2010 CEE/PE, deve ser de no mínimo 500h/a
(quinhentas horas/aulas), perfazendo um total de de 1.500h/a (mil e quinhentas
horas/aulas) nos 03(três) semestre.
Na organização do
currículo, a escola deve considerar os princípios pedagógicos da Identidade,
Diversidade e Autonomia, da Interdisciplinaridade e da Contextualização, como
elementos estruturadores do currículo; respeitar as especificidades de
estudantes fora da faixa etária prevista para a conclusão do Ensino Médio.
Os componentes
curriculares devem ser coerentes com o modelo pedagógico próprio da Educação de
Jovens e Adultos e obedecerem aos objetivos propostos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais, na Educação de Jovens e Adultos no Ensino Médio, o
quantitativo de estudantes obedecerá o que preceitua a Resolução CEE/PE nº.
03/2006, ou seja, 35(trinta e cinco) estudantes.
Fundamentos
Estéticos, Políticos E Éticos Do Novo Ensino Médio Brasileiro
A
prática administrativa e pedagógica dos sistemas de ensino e de suas escolas,
as formas de convivência no ambiente escolar, os mecanismos de formulação e
implementação de políticas, os critérios de alocação de recursos, a organização
do currículo e das situações de aprendizagem, os procedimentos de avaliação,
deverão ser coerentes com os valores estéticos, políticos e éticos que inspiram a Constituição e a LDB,
organizados sob três consignas: sensibilidade,
igualdade e identidade.
A estética da sensibilidade
Como
expressão do tempo contemporâneo, a estética da sensibilidade vem substituir a
da repetição e padronização, hegemônica na era das revoluções industriais. Ela
estimula a criatividade, o espírito inventivo, a curiosidade pelo inusitado, a afetividade, para facilitar a
constituição de identidades capazes de suportar
a inquietação, conviver com o incerto, o imprevisível e o diferente.
Diferentemente
da estética estruturada, própria de um tempo em que os fatores físicos e
mecânicos são determinantes do modo de produzir e conviver, a estética da
sensibilidade valoriza a leveza, a
delicadeza e a sutileza. Estas, por estimularem a compreensão não apenas
do explicitado, mas também, e principalmente, do insinuado, são mais
contemporâneas de uma era em que a informação caminha pelo vácuo, de um tempo
no qual o conhecimento concentrado no microcircuito do computador vai se
impondo sobre o valor das matérias primas e da força física presentes nas estruturas
mecânicas.
A
estética da sensibilidade realiza um esforço permanente para devolver ao âmbito
do trabalho e da produção, a criação e a beleza daí banidos pela moralidade
industrial tailorista. Por esta razão procura não limitar o lúdico a espaços e
tempos exclusivos, mas integrar diversão, alegria e senso de humor a dimensões
de vida muitas vezes consideradas afetivamente austeras como a escola, o trabalho,
os deveres, a rotina cotidiana. Mas a estética da sensibilidade quer também
educar pessoas que saibam transformar o uso do tempo livre num exercício
produtivo porque criador. E que aprendam a fazer do prazer, do entretenimento,
da sexualidade, um exercício de liberdade responsável.
Como
expressão de identidade nacional a estética da sensibilidade facilitará o reconhecimento e valorização da diversidade cultural
brasileira e das formas de perceber e expressar a realidade próprias dos gêneros,
das etnias, e das muitas regiões e grupos sociais do país. Assim entendida a
estética da sensibilidade é um substrato indispensável para uma pedagogia que
se quer brasileira, portadora da riqueza de cores, sons e sabores deste país,
aberta à diversidade dos nossos alunos e professores, mas que não abdica da responsabilidade
de constituir cidadania para um mundo que se globaliza e de dar significado
universal aos conteúdos da aprendizagem.
Nos
produtos da atividade humana, sejam eles bens, serviços ou conhecimentos, a
estética da sensibilidade valoriza a qualidade.
Nas práticas e processos, a busca de
aprimoramento permanente. Ambos, qualidade e aprimoramento, associam-se
ao prazer de fazer bem feito e à insatisfação com o razoável quando é possível
realizar o bom e com este, quando o ótimo é factível. Para essa concepção
estética, o ensino de má qualidade é, em sua feiura, uma agressão à
sensibilidade e por isso será também anti democrático e anti ético.
A
estética da sensibilidade não é um princípio inspirador apenas do ensino de
conteúdos ou atividades expressivas, mas uma atitude diante de todas as formas de expressão que deve estar
presente no desenvolvimento do currículo e na gestão escolar. Ela não se
dissocia das dimensões éticas e políticas da educação porque quer promover a crítica à vulgarização da pessoa; às formas
estereotipadas e reducionistas de expressar a realidade; às manifestações que
banalizam os afetos e brutalizam as relações pessoais.
Numa
escola inspirada na estética da sensibilidade o espaço e o tempo são planejados
para acolher, expressar a diversidade dos alunos e oportunizar trocas de
significados. Nessa escola, a descontinuidade, a dispersão caótica, a padronização,
o ruído, cederão lugar à continuidade, à diversidade expressiva, ao ordenamento
e à permanente estimulação pelas palavras, imagens, sons, gestos e expressões
de pessoas que buscam incansavelmente superar a fragmentação dos significados e
o isolamento que ela provoca.
Finalmente
a estética da sensibilidade não exclui outras estéticas, próprias de outros
tempos e lugares. Como forma mais avançada de expressão ela as assume,
explica, entende, critica, contextualiza porque não convive com a exclusão, a intolerância e a intransigência.
A política da igualdade
A
política da igualdade incorpora a igualdade formal, conquista do período de
constituição dos grandes estados nacionais. Seu ponto de partida é o reconhecimento dos direitos humanos e
o exercício dos direitos e deveres da
cidadania, como fundamento da preparação do educando para a vida civil. Mas
a igualdade formal não basta a uma sociedade na qual a emissão e recepção da
informação em tempo real está ampliando de modo antes inimaginável o acesso às
pessoas e aos lugares, permitindo comparar e avaliar qualidade de vida,
hábitos, formas de convivência, oportunidades de trabalho e de lazer.
Para
essa sociedade a política da igualdade vai se expressar também na busca da equidade no acesso à
educação, ao emprego, à saúde, ao meio ambiente saudável, e outros benefícios
sociais e no combate a toda as formas de
preconceito e discriminação por motivo de raça, sexo, religião, cultura,
condição econômica, aparência ou condição física.
A
política da igualdade se traduz pela compreensão
e respeito ao Estado de Direito e a seus princípios constitutivos
abrigados na Constituição:o sistema
federativo e o regime
republicano e democrático. Mas contextualiza a igualdade na sociedade da
informação, como valor que é “público” por ser de interesse de todos, não
exclusivamente do Estado, muito menos do governo.
Nessa
perspectiva a política da igualdade deverá fortalecer uma forma contemporânea de lidar com o público e
o privado. E aqui ela associa-se à ética ao valorizar atitudes e
condutas responsáveis em relação aos bens e serviços tradicionalmente
entendidos como “públicos” no sentido estatal, e afirmativas na demanda de
transparência e democratização no tratamento dos assuntos públicos. E o faz por
reconhecer que uma das descobertas importantes deste final de século é a de que
…motivação, criatividade, iniciativa, capacidade de aprendizagem, todas
essas coisas ocorrem no nível dos indivíduos e das comunidades de dimensões
humanas, nas quais eles vivem o seu dia a dia …um tipo de sociedade extremamente
complexa, onde os custos da comunicação e da informação se aproximam cada vez
mais a zero, e onde as distinções antigas entre o local, o nacional e o internacional,
o pequeno e o grande, o centralizado e o descentralizado, tendem o tempo todo a
se confundir, desaparecer e reaparecer sob novas formas.
Essa
visão implica num esforço para superar a antiga contradição entre a realidade
da grande estrutura de poder e o ideal da comunidade perdida, que ocorrerá pela
incorporação do protagonismo ao ideal de respeito ao bem comum. Respeito ao
bem comum com protagonismo constitui assim
uma das finalidades mais importantes da política da igualdade e se expressa por
condutas de participação e
solidariedade, respeito e senso de responsabilidade, pelo outro e pelo público.
Em uma
de suas direções esse movimento leva o ideal de igualdade para o âmbito das
relações pessoais na família e no trabalho, no qual questões como a igualdade
entre homens e mulheres, os direitos da criança, a eliminação da violência,
passam a ser decisivas para a convivência integradora. Mas há também uma
direção contrária, provocando o envolvimento crescente de pessoas e instituições
não governamentais nas decisões antes reservadas ao “poder público”: empresas,
sindicatos, associações de bairro, comunidades religiosas, cidadãos e cidadãs
comuns, começam a incorporar as políticas públicas, as decisões econômicas, as
questões ambientais, como itens prioritários em sua agenda. Um dos fundamentos
da política da igualdade é a estética da sensibilidade.
É desta
que lança mão quando denuncia os
estereótipos que alimentam as discriminações e quando, reconhecendo a
diversidade, afirma que oportunidades iguais são necessárias mas não
suficientes para oportunizar tratamento
diferenciado visando promover igualdade entre desiguais.
A
política da igualdade, inspiradora do ensino de todos os conteúdos curriculares
é, ela mesma, um conteúdo de ensino, sempre que nas ciências, nas artes, nas
linguagens, estiverem presentes os temas dos direitos da pessoa humana, do
respeito, da responsabilidade e da solidariedade, e sempre que os significados
dos conteúdos curriculares se contextualizarem nas relações pessoais e práticas
sociais convocatórias da igualdade.
Na
gestão e nas normas e padrões que regulam a convivência escolar a política da
igualdade incide com grande poder educativo pois é sobretudo nesse âmbito que
as trocas entre educador e educando, entre escola e meio social, entre grupos
de idade, favorecem a formação de hábitos democráticos e responsáveis de vida
civil. Destaca-se aqui a responsabilidade da liderança dos adultos da qual depende,
em grande parte, a coesão da escola em torno de objetivos compartilhados,
condição básica para a prática da política da igualdade. Mas, acima de tudo, a política da igualdade deve ser praticada na
garantia de igualdade de oportunidades e de diversidade de tratamentos dos
alunos e dos professores para aprender e aprender a ensinar os conteúdos
curriculares. Para isso os sistemas e escolas deverão observar um direito
pelo qual o próprio Estado se faz responsável, no caso da educação pública:
garantia de padrões mínimos de qualidade de ensino tais como definidos pela LDB
no Inciso IX de seu Artigo 4.
A
garantia desses padrões passa por um compromisso permanente em usar o tempo e o
espaço pedagógicos, as instalações e equipamentos, os materiais didáticos e os
recursos humanos, no interesse dos alunos. E em cada decisão administrativa ou
pedagógica, o compromisso de priorizar o interesse da maioria dos alunos.
A ética da identidade
A ética
da identidade substitui a moralidade dos valores abstratos da era industrialista
e busca a finalidade ambiciosa de reconciliar no coração humano aquilo que o
dividiu desde os primórdios da idade moderna: o mundo da moral e o mundo da
matéria, o privado e o público, enfim a contradição expressa pela divisão entre
a “igreja” e o “estado”. Essa ética se
constitui a partir da estética e da política e
não por negação delas. Seu ideal é o humanismo de um tempo de transição. Expressão de seres divididos mas que se
negam a assim permanecer, a ética da identidade ainda não se apresenta de forma
acabada. O drama desse novo humanismo, permanentemente ameaçado pela violência
e pela segmentação social, é análogo ao da crisálida. Ignorando que será uma
borboleta pode ser devorada pelo pássaro antes de descobrir-se transformada. O
mundo vive um momento em que muitos apostam no
pássaro. O educador não tem escolha: aposta na borboleta ou não é educador. Como
princípio educativo a ética só é eficaz quando desiste de formar pessoas “honestas”,
“caridosas” ou “leais” e reconhece que a educação é um processo de construção de identidades. Educar sob inspiração da
ética não é transmitir valores morais mas criar as condições para que as
identidades se constituam pelo
desenvolvimento da sensibilidade e pelo reconhecimento do direito à igualdade a
fim de que orientem suas condutas por valores que respondam às exigências do seu tempo.
Uma das
formas pelas quais a identidade se constitui é a convivência e, nesta, pela
mediação de todas as linguagens que os seres humanos usam para compartilhar
significados. Destes, os mais importantes são os que carregam informações e
valores sobre as próprias pessoas. Vale dizer que a ética da identidade se
expressa por um permanente reconhecimento
da identidade própria e do outro. É assim simples. Ao mesmo tempo é
muito importante, porque no reconhecimento reside talvez a grande
responsabilidade da escola como lugar de conviver e, na escola, do adulto
educador, para a formação da identidade das futuras gerações.
Âmbito privilegiado do aprender a ser como a estética é o
âmbito do aprender a fazer e a política do aprender a conhecer e conviver, a ética da identidade tem como fim
mais importante a autonomia.
Esta, condição indispensável para os juízos de valor e as escolhas inevitáveis
à realização de um projeto próprio de vida, requer uma
avaliação permanente e a mais realista possível das capacidades próprias e dos
recursos que o meio oferece. Por esta razão a ética da identidade é tão
importante na educação escolar. É aqui, embora não exclusivamente, que a
criança e o jovem vivem de forma sistemática os desafios de suas capacidades.
Situações de aprendizagem programadas para produzir o fracasso, como acontece
tantas vezes nas escolas brasileiras são, neste sentido, profundamente
antiéticas. Abalam a auto-estima de seres que estão constituindo suas
identidades, contribuindo para que estas incorporem o fracasso, às vezes
irremediavelmente. Auto-imagens prejudicadas quase sempre reprimem a sensibilidade
e desacreditam da igualdade.
Situações
antiéticas também ocorrem no ambiente escolar quando a responsabilidade, o
esforço e a qualidade, não são praticados e recompensados. Contextos nos quais
o sucesso resulta da astúcia e não da qualidade do trabalho realizado, que
recompensam o “levar vantagem em tudo” em lugar do “esforçar-se”, não favorecem
nos alunos identidades constituídas com sensibilidade estética e igualdade
política.
Autonomia
e reconhecimento da identidade do outro se associam para construir identidades
mais aptas a incorporar a responsabilidade
e a solidariedade. Neste
sentido a ética da identidade supõe uma racionalidade diferente daquela que
preside a dos valores abstratos, porque visa formar pessoas solidárias e responsáveis por serem autônomas.
Essa
racionalidade supõe que num mundo em que a tecnologia revoluciona todos os
âmbitos de vida e, ao disseminar informação amplia as possibilidades de escolha,
mas também a incerteza, a identidade
autônoma, se constitui a partir da ética, da estética e da política,mas
precisa estar ancorada em conhecimentos e competências intelectuais que dê acesso a significados verdadeiros sobre
o mundo físico e social. Esses conhecimentos e competências é que dão
sustentação à análise, à prospecção e à solução de problemas, à capacidade de
tomar decisões, à adaptabilidade a situações novas, à arte de dar sentido a um
mundo em mutação.
Não é
por acaso que essas mesmas competências estão entre as mais valorizadas pelas
novas formas de produção pós industrial que se instalam nas economias
contemporâneas. Essa é a esperança e a promessa que o novo humanismo traz para
a educação, em especial a média: a possibilidade de integrar a formação para o
trabalho num projeto mais ambicioso de desenvolvimento da pessoa humana. Uma
chance real, talvez pela primeira vez na história, de ganhar a aposta na
borboleta.
Os
conhecimentos e competências cognitivas e sociais que se quer desenvolver nos
jovens alunos do ensino médio remetem assim à educação como constituição de
identidades comprometidas com a busca
da verdade. Mas para fazê-lo com autonomia precisam desenvolver a capacidade de aprender, tantas vezes
reiterada na LDB. Essa é a única maneira de alcançar os significados verdadeiros
com autonomia. Com razão portanto o inciso III do Artigo 35 da lei inclui,… no aprimoramento
do educando como pessoa humana,… a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico.
UMA PEDAGOGIA
DA QUALIDADE
De
acordo com os princípios estéticos, políticos e éticos da LDB, sistematizados
anteriormente, as escolas de ensino médio observarão, na gestão, na organização
curricular e na prática pedagógica e didática, as diretrizes expostas a seguir:
Identidade, Diversidade, Autonomia
O Brasil
possui diferentes modalidades ou formas de organização institucional e
curricular de ensino médio. Como em outros países essas diferenças são modos de
resolver a tensão de finalidades desse nível de ensino. Respondem mais à sua dualidade
histórica do que à heterogeneidade de alunados e associam-se a um padrão
excludente: cursar o ensino médio ainda é um privilégio de poucos e, dentre
estes, poucos têm acesso à qualidade.
Em
virtude dessa situação as escolas públicas que conseguiram forjar identidades
próprias de instituições dedicadas à formação do jovem ou do jovem adulto, e
que por isso mesmo se tornaram alternativas de prestígio, atendem a um número
muito pequeno de alunos. Em alguns casos essas escolas de prestígio terminaram
mesmo por perder parte de sua identidade de instituições formativas, pois se viram, como as particulares de
excelência, reféns do exame vestibular, por causa do alunado selecionado que a elas
têm acesso.
Escolas de identidade débil só podem
ser iguais,pois levam apenas a marca das normas centrais e uniformes. Identidade supõe uma inserção no meio
social que leva à definição de vocações próprias, que se diversificam ao
incorporar as necessidades locais e as características dos alunos e
participação dos professores e das famílias no desenho institucional
considerado adequado para cada escola.
É
necessário que as escolas tenham identidade como instituições de educação de
jovens e adultos que essa identidade seja diversificada em função das características
do meio social e da clientela. Diversidade, no entanto, não se confunde com
fragmentação, muito ao contrário. Inspirada nos ideias da justiça, a diversidade
reconhece que para alcançar a igualdade não bastam oportunidades iguais. É
necessário também tratamento diferenciado. Dessa forma a diversidade da escola
média é necessária para contemplar as desigualdades nos pontos de partida de
seu alunado, que requerem diferenças de tratamento como forma mais eficaz de
garantir a todos um patamar comum nos pontos de chegada.
Será
indispensável portanto que existam mecanismos de avaliação dos resultados para
aferir se os pontos de chegada estão sendo comuns. E para que tais mecanismos
funcionem como sinalizadores eficazes, deverão ter como referência as
competências de caráter geral que se quer constituir em todos os alunos e um
corpo básico de conteúdos cujo ensino e aprendizagem, se bem sucedidos,
propiciam a constituição de tais competências. O Sistema de Avaliação da
Educação Básica (SAEB) e, mais recentemente, o Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM), operados pelo MEC; os sistemas de avaliação já existentes em alguns
estados e que tendem a ser criados nas demais unidades da federação; e os sistemas de
estatísticas e indicadores educacionais, constituem importantes mecanismos para
promover a eficiência e a igualdade.
A
análise dos resultados das avaliações e dos indicadores de desempenho deverá
permitir às escolas, com apoio das demais instâncias dos sistemas de ensino,
avaliar seus processos, verificar suas debilidades e qualidades, e planejar a
melhoria do processo educativo. Da mesma forma deverá permitir aos organismos
responsáveis pela política educacional desenvolver mecanismos de compensação
que superem gradativamente as desigualdades educacionais. * Os sistemas e os estabelecimentos de ensino
médio deverão criar e desenvolver, com a participação da equipe docente e da
comunidade, alternativas institucionais com identidade própria, baseadas na
missão de educação do jovem, usando ampla e destemidamente as várias possibilidades
de organização pedagógica, espacial e temporal, e de articulações e parcerias
com instituições públicas ou
privadas, abertas pela LDB, para formular políticas de ensino focalizadas nessa
faixa etária, que contemplem a formação básica e a preparação geral para o
trabalho * Os sistemas
deverão fomentar no conjunto dos estabelecimento de ensino médio, e cada um
deles, sempre que possível, na sua organização curricular, uma ampla diversificação
dos tipos de estudos disponíveis, estimulando alternativas que a partir de uma base
comum, ofereçam opções de acordo com as características de seus alunos e as demandas
do meio social: dos estudos mais abstratos e conceituais aos programas que
alternam formação escolar e experiência profissional; dos currículos mais
humanísticos aos mais científicos ou artísticos, sem negligenciar em todos os
casos os mecanismos de mobilidade para corrigir erros de decisão cometidos
pelos alunos ou determinados por desigualdade na oferta de alternativas.*A
diversificação deverá ser acompanhada de sistemas de avaliação que permitam o acompanhamento
permanente dos resultados, tomando como referência as competências básicas a
serem alcançadas por todos os alunos, de acordo com a LDB, as presentes
diretrizes e as propostas pedagógicas das escolas.
É preciso
destacar que a LDB vincula autonomia e proposta pedagógica.29 Na verdade, a proposta pedagógica é a forma pela qual a autonomia se exerce. E
a proposta pedagógica não é uma “norma”, nem um documento ou formulário a ser
preenchido. Não obedece a prazos formais nem deve seguir especificações
padronizadas. Sua eficácia depende de conseguir por em prática um processo
permanente de mobilização de “corações e mentes” para alcançar objetivos
compartilhados.
As
instâncias centrais dos sistemas de ensino precisam entender que existe um
espaço de decisão privativo da escola e do professor em sala de aula que
resiste aos controles formais. A legitimidade e eficácia de qualquer intervenção
externa nesse espaço privativo depende de convencer a todos do de seu valor para a ação pedagógica. Vale
dizer que a proposta pedagógica não existe sem um forte protagonismo do
professor e sem que este dela se aproprie. Seria desastroso, nesse sentido, transformar
em obrigação a incumbência que a LDB atribui à escola de decidir sobre sua
proposta pedagógica, porque isto ativaria os sempre presentes anticorpos da
resistência ou da ritualização. Contrariamente, a proposta pedagógica
para cuja decisão a escola exerce sua autonomia, deve expressar um acordo no
qual as instâncias centrais serão parceiras facilitadoras do árduo exercício de
explicitar, debater e formar consenso sobre objetivos, visando potencializar
recursos. A autonomia escolar portanto…não implica na omissão do Estado.
O
segundo risco potencial é o de que a autonomia venha a reforçar privilégios e
exclusões. Sobre este deve -se observar que a autonomia subordina-se aos
princípios e diretrizes indicados na lei e apresentados nesta deliberação em
seus desdobramentos pedagógicos, com destaque para o acolhimento da diversidade
de alunos e professores, para os ideais da política da igualdade e para a solidariedade como elemento
constitutivo das identidades.
A
competência dos sistemas para definir e implementar políticas de educação
média, legitima-se na observação de prioridades e formas de financiamento que
contemplem o interesse da maioria. No âmbito escolar a autonomia deve refletir
o compromisso da proposta pedagógica com a aprendizagem dos alunos pelo uso
equânime do tempo, do espaço físico, das instalações e equipamentos, dos recursos
financeiros, didáticos e humanos.
Na sala
de aula a autonomia tem como pressuposto, além da capacidade didática do
professor, seu compromisso e, por que não dizer, cumplicidade com os alunos,
que faz do trabalho cotidiano de ensinar um permanente voto de confiança na
capacidade de todos para aprender. O professor como profissional construirá sua
identidade com ética e autonomia se, inspirado na estética da sensibilidade
buscar a qualidade e o aprimoramento da aprendizagem dos alunos e inspirado
pela política da igualdade desenvolver um esforço continuado para garantir a
todos oportunidades iguais de aprendizagem e tratamento adequado às suas
características pessoais. Por essa razão a autonomia depende de
qualificação permanente dos que trabalham na escola, em especial dos
professores. Sem a garantia de condições para que os professores aprendam a aprender
e continuem aprendendo, a proposta pedagógica corre o risco de tornar-se mais
um ritual. E como toda prática ritualizada terminará servindo de artifício para
dissimular a falta de conhecimento e capacitação no fazer didático.
A melhor
forma de verificar esses compromissos é instituir mecanismos de prestação de
contas que facilitem a “responsabilização” dos envolvidos. O processo pelo qual
uma pessoa, organismo ou instituição presta contas e assume a responsabilidade
por seus resultados para seus constituintes, financiadores, usuários ou
clientes. É disto que trata esta diretriz: “responsabilização”, avaliação de
processos e de resultados, participação dos interessados, divulgação de
informações, que imprimam transparência às ações dos gestores, diretores,
professores, para que a sociedade em geral e os alunos e suas famílias em
particular, participem e acompanhem as decisões sobre objetivos, prioridades e
uso dos recursos.
Mais uma
vez, portanto, destaca-se a importância dos sistemas de avaliação de resultados
e de indicadores educacionais que já estão sendo operados, ou os que venham a
se instituir. Para a identidade e a diversidade, a informação é indispensável
na garantia da igualdade de resultados. Para a autonomia ela é condição de
transparência da gestão educacional e clareza da responsabilidade pelos
resultados. Mas os
sistemas de avaliação e indicadores educacionais só cumprirão satisfatoriamente
essas duas funções complementares, se todas as informações por eles produzidas
– resultados de provas de rendimento, estatísticas e outras – forem públicas,
no sentido de serem apropriadas pelos interessados, dos membros da comunidade
escolar à opinião pública em geral.
O exercício pleno da autonomia se manifesta na formulação
de uma proposta pedagógica própria, direito de toda instituição escolar. Essa
vinculação deve ser permanentemente reforçada buscando evitar que as instâncias
centrais do sistema educacional burocratizem e ritualizem aquilo que no
espírito da lei deve ser antes de mais nada expressão de liberdade e
iniciativa, e que por essa razão não podem prescindir do protagonismo de todos
os elementos da escola, em especial dos professores.
UM CURRÍCULO VOLTADO PARA AS COMPETÊNCIAS BÁSICAS
Do ponto
de vista legal não há mais duas funções difíceis de conciliar para o ensino
médio, nos termos em que estabelecia a Lei 5692/71: preparar para a continuidade
de estudos e habilitar para o exercício de uma profissão. A duplicidade de
demanda continuará existindo porque a idade de conclusão do ensino fundamental
coincide com a definição de um projeto de vida, fortemente determinado pelas
condições econômicas da família e, em menor grau, pelas características
pessoais. Entre os que podem custear uma carreira educacional mais longa esse
projeto abrigará um percurso que posterga o desafio da sobrevivência material
para depois do curso superior. Entre aqueles que precisam arcar com sua
subsistência precocemente ele demandará a inserção no mercado de trabalho logo
após a conclusão do ensino obrigatório, durante o ensino médio ou imediatamente
depois deste último.
Vale
lembrar, no entanto que, mesmo nesses casos, o percurso educacional pode não
excluir, necessariamente, a continuidade dos estudos. Ao contrário, para muitos,
o trabalho se situa no projeto de vida como uma estratégia para tornar sustentável
financeiramente um percurso educacional mais ambicioso. E em qualquer de suas
variantes, o futuro do jovem e da jovem deste final de século será sempre um
projeto em aberto, podendo incluir períodos de aprendizagem – de nível superior
ou não – intercalados com experiências de trabalho produtivo de diferente
natureza, além das escolhas relacionadas à sua vida pessoal: constituir família,
participar da comunidade, eleger princípios de consumo, de cultura e lazer, de
orientação política, entre outros. A condução autônoma desse projeto de vida reclama
uma escola média de sólida formação geral. Mas o significado de educação geral
no nível médio, segundo o espírito da LDB, nada tem a ver com o ensino
enciclopedista e academicista dos currículos de ensino médio tradicionais,
reféns do exame vestibular. Vale a pena examinar o já citado artigo 35 da lei,
na ótica pedagógica. Enquanto aprofundamento dos conhecimentos já adquiridos, o
perfil pedagógico do ensino médio tem como ponto de partida o que a LDB
estabelece em seu Artigo 32 como objetivo do ensino fundamental35. Deverá assim continuar o processo de desenvolvimento
da capacidade de aprender com destaque para o aperfeiçoamento do uso das
linguagens como meios de constituição dos conhecimentos, da compreensão e
da formação de atitudes e valores.
O
trabalho e a cidadania são previstos como os principais contextos nos quais a
capacidade de continuar aprendendo deve se aplicar, a fim de que o educando
possa adaptar-se às condições em mudança na sociedade, especificamente no mundo
das ocupações. A LDB neste sentido é clara: em lugar de estabelecer disciplinas
ou conteúdos específicos, destaca competências
de caráter geral das quais a capacidade de aprender é decisiva. O
aprimoramento do educando como pessoa humana destaca a ética, a autonomia
intelectual e o pensamento crítico. Em outras palavras, convoca a constituição
de uma identidade autônoma.
Ao
propor a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos do processo
produtivo, a LDB insere a experiência
cotidiana e o trabalho no currículo do ensino médio como um todo e não apenas
na sua a base comum, como elementos que facilitarão a tarefa educativa
de explicitar a relação entre teoria e prática. Sobre este último aspecto, dada
sua importância para as presentes diretrizes, vale a pena deter-se.
Os
processos produtivos dizem respeito a todos os bens, serviços e conhecimentos
com os quais o aluno se relaciona no seu dia a dia bem como àqueles processos
com os quais se relacionará mais sistematicamente na sua formação profissional.
Para fazer a ponte entre teoria e prática, de modo a entender como a prática (processo
produtivo), está ancorada na teoria (fundamentos científico-tecnológicos), é
preciso que a escola seja uma experiência permanente de estabelecer relações
entre o aprendido e o observado, seja espontaneamente, no cotidiano em geral, seja
sistematicamente no contexto específico de um trabalho e suas tarefas laborais.
Para dar
conta desse mandato, a organização curricular do ensino médio deve ser
orientada por alguns pressupostos indicados a seguir.
· Visão orgânica
do conhecimento, afinada com as mutações surpreendentes que o acesso à
informação está causando no modo de abordar, analisar, explicar e prever a
realidade, tão bem ilustradas no hipertexto que cada vez mais entremeia o texto
dos discursos, das falas e das construções conceituais.
· Disposição para
perseguir essa visão organizando e tratando os conteúdos do ensino e as
situações de aprendizagem, de modo a destacar as múltiplas interações entre os
componentes curriculares.
· Abertura e
sensibilidade para identificar as relações que existem entre os conteúdos do
ensino e das situações de aprendizagem com os muitos contextos de vida social e
pessoal, de modo a estabelecer uma relação ativa entre o aluno e o objeto do
conhecimento e a desenvolver a capacidade de relacionar o aprendido com o
observado, a teoria com suas conseqüências e aplicações práticas.
· Reconhecimento
das linguagens como formas de constituição dos conhecimentos e das identidades,
portanto como o elemento chave para constituir os significados, conceitos,
relações, condutas e valores que a escola deseja transmitir.
· Reconhecimento e
aceitação de que o conhecimento é uma construção coletiva, forjada
socio-interativamente na sala de aula, no trabalho, na família e em todas as
demais formas de convivência.
· Reconhecimento
de que a aprendizagem mobiliza afetos, emoções e relações com seus pares, além
das cognições e habilidades intelectuais.
Com essa leitura, a formação básica a
ser buscada no ensino médio se realizará mais pela constituição de competências,
habilidades e disposições de condutas do que pela quantidade de informação.
Aprender a aprender e a pensar, a relacionar o conhecimento com dados da
experiência cotidiana, a dar significado ao aprendido e a captar o significado
do mundo, a fazer a ponte entre teoria e prática, a fundamentar a
crítica, a argumentar com base em fatos, a lidar com o sentimento que a
aprendizagem desperta.
Uma organização curricular que responda
a esses desafios requer:
§ desbastar o currículo enciclopédico, congestionado de informações, priorizando
conhecimentos e competências de tipo geral, que são pré requisito tanto para a
inserção profissional mais precoce quanto para a continuidade de estudos, entre
as quais se destaca a capacidade de continuar aprendendo;
§ (re) significar os conteúdos curriculares como meios para constituição
de competências e valores, e não como objetivos do ensino em si mesmos;
§ trabalhar as linguagens não apenas como formas de expressão e
comunicação, mas como constituidoras de significados, conhecimentos e valores;
§ adotar estratégias de ensino diversificadas que mobilizem menos a
memória e mais o raciocínio e outras competências cognitivas superiores, bem
como potencializem a interação entre aluno-professor e aluno-aluno para a permanente
negociação dos significados dos conteúdos curriculares, de forma a propiciar
formas coletivas de construção do conhecimento;
§ estimular todos os procedimentos e atividades que permitam ao aluno reconstruir
ou “reiventar” o conhecimento didaticamente transposto para a sala de aula,
entre eles a experimentação, a execução de projetos, o protagonismo em
situações sociais;
§ organizar os conteúdos de ensino em estudos ou áreas interdisciplinares
e projetos que melhor abriguem a visão orgânica do conhecimento e o diálogo permanente
entre as diferentes áreas do saber;
§ tratar os conteúdos de ensino de modo contextualizado, aproveitando
sempre as relações entre conteúdos e contexto para dar significado ao
aprendido, estimular o protagonismo do aluno e estimulá-lo a ter autonomia
intelectual;
§ lidar com os sentimentos associados às situações de aprendizagem para facilitar
a relação do aluno com o conhecimento.
A doutrina de currículo que sustenta a
proposta de organização e tratamento dos conteúdos com essas características
envolve os conceitos de interdisciplinaridade e contextualização que requerem
exame mais detido.
INTERDISCIPLINARIDADE
A
interdisciplinaridade deve ir além da mera justaposição de disciplinas e ao mesmo tempo evitar a diluição das mesmas em generalidades. De fato
será principalmente na possibilidade de relacionar as disciplinas em atividades
ou projetos de estudo, pesquisa e ação, que a interdisciplinaridade poderá ser
uma prática pedagógica e didática adequada aos objetivos do ensino médio. O
conceito de interdisciplinaridade fica mais claro quando se considera o fato
trivial de que todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros conhecimentos,
que pode ser de questionamento, de confirmação, de complementação, de negação,
de ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos.Tendo presente este fato
é fácil constatar que alguns componentes curriculares se identificam e
aproximam, outras se diferenciam e distanciam, em vários aspectos: pelos
métodos e procedimentos que envolvem, pelo objeto que pretendem conhecer, ou
ainda pelo tipo de habilidades que mobilizam naquele que a investiga, conhece,
ensina ou aprende.
A
interdisciplinaridade também está envolvida quando os sujeitos que conhecem,
ensinam e aprendem, sentem necessidade de procedimentos que, numa única visão
disciplinar podem parecer heterodoxos, mas fazem sentido quando chamados a dar
conta de temas complexos. Se alguns procedimentos artísticos podem parecer
profecias na perspectiva científica, também é verdade.
É
importante enfatizar que a interdisciplinaridade supõe um eixo integrador que
pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção.
Nesse sentido ela deve partir da
necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar,
compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e
atrai a atenção de mais de
um olhar,
talvez vários. Explicação, compreensão, intervenção,
são processos que requerem um conhecimento que vai além da descrição da realidade
e mobiliza competências cognitivas para deduzir, tirar inferências ou fazer
previsões a partir do fato observado.
A partir
do problema gerador do projeto, que pode ser um experimento, um plano de ação
para intervir na realidade ou uma atividade, são identificados os conceitos de
cada disciplina que podem contribuir para descrevê-lo, explicá-lo e prever
soluções. Dessa forma o projeto é interdisciplinar na sua concepção, execução e
avaliação, e os conceitos utilizados podem ser formalizados, sistematizados e
registrados no âmbito dos componentes curriculares que contribuem para o seu desenvolvimento.
O exemplo do projeto é interessante para mostrar que a interdisciplinaridade
não dilui os componentes curriculares, ao contrário, mantém sua individualidade,
mas integra-os a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que
intervêm sobre a realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a
constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e
registro sistemático de resultados. Essa integração entre os componentes
curriculares para buscar compreender, prever, transformar a realidade
aproxima-se de estruturas subjacentes.
CONTEXTUALIZAÇÃO
As
múltiplas formas de interação que se pode prever entre os componentes
curriculares tal como tradicionalmente arroladas nas «grades curriculares», faz
com que toda proposição de áreas ou agrupamento das mesmas, seja resultado de
um corte que carrega certo grau de arbitrariedade. Não há paradigma curricular
capaz de abarcar a todas. Neste sentido seria desastroso entender uma proposta
de organização por áreas como fechada ou definitiva. Mais ainda seria submeter
uma área interdisciplinar ao mesmo amordaçamento estanque a que hoje estão sujeitas
aos componentes curriculares tradicionais isoladamente, quando o importante é
ampliar as possibilidades de interação não apenas entre as disciplinas
nucleadas em uma área como entre as próprias áreas de nucleação. A
contextualização pode ser um recurso para conseguir esse objetivo. Contextualizar o conteúdo que se quer
aprendido significa em primeiro lugar assumir que todo conhecimento envolve uma
relação entre sujeito e objeto. Na escola média o conhecimento é quase sempre
reproduzido das situações originais nas quais acontece sua produção. Por esta
razão quase sempre o conhecimento escolar se vale de uma transposição didática
para na qual a linguagem joga papel decisivo.
O
tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola tem para
retirar o aluno da condição de espectador passivo. Se bem trabalhado permite
que, ao longo da transposição didática, o conteúdo do ensino provoque aprendizagens
significativas que mobilizam o aluno e estabeleçam entre ele e o objeto do
conhecimento uma relação de reciprocidade. A contextualização evoca por isto
áreas, âmbitos ou dimensões presentes na vida pessoal, social e cultural, e
mobiliza competências cognitivas já adquiridas. As dimensões de vida ou contextos
valorizados explicitamente pela LDB são o trabalho e a cidadania. As competências
estão indicadas quando a lei prevê um ensino que facilite a ponte entre a
teoria e a prática, “quando analisa o papel da atividade na aprendizagem: compreender
é inventar, ou reconstruir através da reinvenção, e será preciso curvar-se ante
tais necessidades se o que se pretende, para o futuro, é moldar indivíduos
capazes de produzir ou de criar, e não apenas de repetir”.
Outro
contexto relevante indicado pela LDB é o do exercício da cidadania. Desde logo
é preciso que a proposta pedagógica assuma o fato trivial de que a cidadania
não é dever nem privilégio de uma área específica do currículo nem deve ficar
restrita a um projeto determinado. Exercício de cidadania é testemunho que se
inicia na convivência cotidiana e deve contaminar toda a organização curricular.
As práticas sociais e políticas e
as práticas culturais e de comunicação são
parte integrante do exercício cidadão, mas a vida pessoal, o cotidiano e a convivência e as questões ligadas ao
meio ambiente, corpo e saúde também.
Trabalhar
os conteúdos das ciências naturais no contexto da cidadania pode significar um
projeto de tratamento da água ou do lixo da escola ou a participação numa
campanha de vacinação, ou a compreensão de porque as construções despencam
quando os materiais utilizados não têm a resistência devida. E de quais são os
aspectos técnicos, políticos e éticos envolvidos no trabalho da construção
civil.
Objetivo
semelhante pode ser alcançado se a eleição do grêmio estudantil for uma
oportunidade para conhecer melhor os sistemas políticos, ou para entender como
a matemática traduz a tendência de voto por meio de um gráfico de barras, ou
para discutir questões éticas relacionadas à prática eleitoral. Da mesma forma
as competências da área de linguagens podem ser trabalhadas no contexto da
comunicação na sala de aula, da análise da novela da televisão, dos diferentes
usos da língua dependendo das situações de trabalho, da comunicação coloquial.
O
contexto que é mais próximo do aluno e mais facilmente explorável para dar
significado aos conteúdos da aprendizagem é o da vida pessoal, cotidiano e convivência. O aluno vive num mundo de
fatos regidos pelas leis naturais e está imerso num universo de relações
sociais. Está exposto a nformações cada vez mais acessíveis e rodeado por bens
cada vez mais diversificados, produzidos
com materiais sempre novos. Está
exposto também a vários tipos de comunicação pessoal e de massa.
O
cotidiano e as relações estabelecidas com o ambiente físico e social devem
permitir dar significado a qualquer conteúdo curricular, fazendo a ponte entre
o que se aprende na escola e o que se faz, vive e observa no dia a dia.
Aprender
sobre a sociedade, o indivíduo e a cultura e não compreender ou reconhecer as
relações existentes entre adultos e jovens na própria família, é perder a
oportunidade de descobrir que as ciências também contribuem para a convivência
e a troca afetiva. O respeito ao outro e ao público, essenciais à cidadania,
também se iniciam nas relações de convivência cotidiana, na família, na escola,
no grupo de amigos.
Na vida
pessoal há um contexto importante o suficiente para merecer consideração
específica que é o do meio ambiente,
corpo e saúde. Condutas ambientalistas responsáveis subentendem um protagonismo
forte no presente, no meio ambiente imediato da escola, da vizinhança, do lugar
onde se vive. Para desenvolvê-las é importante que os conhecimentos das
ciências, da matemática e das linguagens sejam relevantes na compreensão das
questões ambientais mais próximas e estimulem a ação para resolvê-las. Em
outras palavras contextualizar os conteúdos escolares não é liberá-los do plano
abstrato da transposição didática para aprisioná-los no espontaneísmo e na
cotidianeidade.
Para que
fique claro o papel da contextualização é necessário considerar, como no caso
da interdisciplinaridade, seu fundamento epistemológico e psicológico.
O jovem,
não inicia a aprendizagem escolar partindo do zero, mas com uma bagagem formada
por conceitos já adquiridos espontaneamente, em geral mais carregados de afetos
e valores por resultarem de experiências pessoais.
A
contextualização facilita a significado da experiência de aprendizagem escolar
e a (re) significação da aprendizagem baseada na experiência espontânea, ela
pode – e deve – questionar os dados desta última: os problemas ambientais, os
preconceitos e estereótipos, os conteúdos da mídia, a violência nas relações
pessoais, os conceitos de verdadeiro e falso na política, e assim por diante.
Dessa forma, voltando a alguns exemplos dados, se a aprendizagem do sistema
reprodutivo não leva a questionar os mitos da feminilidade e da masculinidade,
além de não ser significativa essa prendizagem em nada colaborou para
reorganizar o aprendido espontaneamente. Se a aprendizagem das ciências não
facilitar o esforço para distinguir entre o fato e a interpretação ou
identificar as falhas da observação cotidiana, se não facilitar a reprodução de situações nas quais o emprego
da ciência depende da participação e interação entre as pessoas e destas com um
conjunto de equipamentos e materiais, pode-se dizer que não criou competências
para abstrair de forma inteligente o mundo da experiência imediata.
BASE NACIONAL COMUM E PARTE DIVERSIFICADA
Interdisciplinaridade
e Contextualização formam o eixo organizador da doutrina curricular expressa na
LDB. Elas abrigam uma visão do conhecimento e das formas de tratá-lo para
ensinar e para aprender que permite dar significado integrador a duas outras
dimensões do currículo de forma a evitar transformá-las em novas dualidades ou
reforçar as já existentes: base nacional comum/parte diversificada, e formação
geral/preparação básica para o trabalho.
A
primeira dimensão é explicitada no Artigo 26 da LDB que afirma: Os currículos
do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum a ser
complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma
parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade,
da cultura, da economia e da clientela.
À luz
das diretrizes pedagógicas apresentadas, cabe observar a este respeito:
· tudo o que se
disse até aqui sobre a nova missão do ensino médio, seus fundamentos
axiológicos e suas diretrizes pedagógicas, se aplica para ambas as «partes»,
tanto a “nacional comum” como a “diversificada” pois numa perspectiva de
organicidade, integração e contextualização do conhecimento não faz sentido que
elas estejam divorciadas;
· a LDB buscou
preservar no seu Artigo 26 a autonomia da proposta pedagógica dos sistemas e
das unidades escolares para contextualizar os conteúdos curriculares de acordo
com as características regionais, locais e da vida dos seus alunos; assim
entendida, a parte diversificada é uma dimensão
do currículo e a contextualização, pode
ser a forma de organizá -la sem criar divorcio ou dualidade com a base nacional
comum;
· a parte
diversificada deverá portanto ser organicamente integrada à base nacional comum
para que o currículo faça sentido como um todo e essa integração ocorrerá,
entre outras formas, por enriquecimento, ampliação, diversificação,
desdobramento, podendo incluir todos os conteúdos da base nacional comum ou
apenas parte deles, selecionados, nucleados em áreas ou não, sempre de acordo
com a proposta pedagógica do estabelecimento;
· a parte
diversificada poderá ser desenvolvida por meio de projetos e estudos focalizados
em problemas selecionados pela equipe escolar, de forma que os mesmos sejam
organicamente integrados ao currículo, superando definitavamente a concepção do
projeto como atividade “extra” curricular;
· entendida nestes
termos a parte diversificada será decisiva na construção da identidade de cada
escola, ou seja, pode ser aquilo que identificará as “vocações” das escolas e
as diferenciará entre si, na busca de organizações curriculares que efetivamente
respondam à heterogeineidade dos alunos e às necessidades do meio social e
econômico;
· sempre que assim
permitirem os recursos humanos e materiais dos estabelecimentos escolares, os
alunos deverão ter a possibilidade de escolher os estudos, projetos, cursos ou
atividades da parte diversificada, de modo a incentivar a inserção do educando
na construção de seu próprio currículo;
· os sistemas de
ensino e escolas estabelecerão os critérios para que a diversificação de opções
curriculares por parte dos alunos seja possível pedagogicamente e sustentável
financeiramente;
· se a parte
diversificada deve ter nome específico e carga identificável no horário escolar
é uma questão a ser resolvida no âmbito de cada sistema e escola de acordo com
sua organização curricular e proposta pedagógica;
· em qualquer
caso, a base nacional comum, objeto destas DCEN, deverá ocupar, no mínimo, 75%
do tempo legalmente estabelecido como carga horária mínima do ensino médio.
A ORGANIZAÇÃO
CURRICULAR DA BASE NACIONAL COMUM DO
ENSINO MÉDIO
Na área
de LINGUAGENS E CÓDIGOS estão destacadas as competências que dizem respeito à
constituição de significados que serão de grande valia para a aquisição e
formalização de todos os conteúdos curriculares, para a constituição da identidade
e o exercício da cidadania. As escolas certamente identificarão nesta área as
disciplinas, atividades e conteúdos relacionados às diferentes formas de
expressão das quais a língua portuguesa é imprescindível. Mas é importante
destacar que o agrupamento das linguagens busca estabelecer correspondência não
apenas entre as formas de comunicação – das quais as artes, as atividades
físicas e a informática fazem parte inseparável – como evidenciar a importância
de todas as linguagens enquanto
constituintes dos conhecimentos e das identidades dos alunos, de modo a
contemplar as possibilidades artísticas, lúdicas e motoras de conhecer o mundo.
A utilização dos códigos que dão suporte às linguagens não visa apenas o
domínio técnico mas principalmente a competência de desempenho, o saber usar as
linguagens em diferentes situações ou contextos, considerando inclusive o
interlocutores ou públicos.
Na área
das CIENCIAS DA NATUREZA incluem-se as competências relacionadas à apropriação
de conhecimentos da física, da química, da biologia e suas interações ou
desdobramentos como formas indispensáveis de entender e significar o mundo de
modo organizado e racional como também de participar do encantamento que os
mistérios da natureza exercem sobre o espírito que aprende a ser curioso,
indagar e descobrir. O agrupamento das ciências da natureza tem ainda o
objetivo de contribuir para compreensão do significado da ciência e da tecnologia na vida humana e social de
modo a gerar protagonismo diante das inúmeras questões políticas e sociais para
cujo entendimento e solução as ciências da natureza são uma referência
relevante.
Na área de MATEMÁTICA se justifica pelo que de ciência tem a matemática,
pela sua afinidade com as ciências da natureza, na medida em que é um dos principais
recursos de constituição e expressão dos conhecimentos destas últimas, e
finalmente pela importância de integrar a matemática com os conhecimentos que
lhe são mais afins. Esta última justificativa é, sem dúvida, mais pedagógica.
Na área
das CIENCIAS HUMANAS, da mesma forma, destacam-se as competências relacionadas
à apropriação dos conhecimentos dessas ciências com suas particularidades
metodológicas, nas quais o exercício da indução é indispensável. Pela
constituição do significados de seus objetos e métodos, o ensino das ciências
humanas e sociais deverá desenvolver a compreensão do significado da identidade,
da sociedade e da cultura, que configuram os campos de conhecimentos de
história, geografia, sociologia, antropologia, psicologia, direito, entre
outros. Nesta área se incluirão também os estudos de filosofia e sociologia necessários
ao exercício da cidadania, para cumprimento do que
manda a letra da lei. No entanto, é
indispensável lembrar que o espírito da LDB é muito mais generoso com a constituição
da cidadania e não a confina a nenhum componente curricular específico, como
poderia dar a entender uma interpretação literal da recomendação do inciso III
do parágrafo primeiro do Artigo 36. Neste sentido, todos os conteúdos
curriculares desta área, embora não exclusivamente dela, deverão contribuir
para a constituição da identidade dos alunos e para o desenvolvimento de um
protagonismo social solidário, responsável e pautado na igualdade política.
A
presença das TECNOLOGIAS em cada uma das áreas dá opção por integrar os campos
ou atividades de aplicação, isto é, os processos tecnológicos próprios de cada
área de conhecimento resulta da importância que ela adquire na educação geral –
e não mais apenas na profissional – em especial no nível do ensino médio. Neste
a tecnologia é o tema por excelência que permite contextualizar os
conhecimentos de todas as áreas e disciplinas no mundo do trabalho.
Mas a tecnologia na educação
contemporânea do jovem deverá ser contemplada também como processo. Em outras
palavras, não se tratará apenas de apreciar ou dar significado ao uso da
tecnologia, mas de conectar os inúmeros
conhecimentos com suas aplicações tecnológicas, recurso que só pode ser
bem explorado em cada nucleação de conteúdos. A este respeito é significativa a
observação de que “A familiarização com as modernas técnicas de edição, de
uso democratizado pelo computador, é só um exemplo das vivências reais que é preciso
garantir. Ultrapassando assim o “discurso sobre as tecnologias”, de utilidade
duvidosa, é preciso identificar nas matemáticas, nas ciências naturais, nas
ciências humanas, na comunicação e nas artes, os elementos de tecnologia que
lhes são essenciais e desenvolvê-los como conteúdos vivos, como objetivos da
educação e, ao mesmo tempo, meio para tanto.
Dessa
maneira a presença da tecnologia no ensino médio remete diretamente às
atividades relacionadas à aplicação dos conhecimentos e habilidades
constituídas ao longo da educação básica, dando expressão concreta à preparação
básica para o trabalho prevista na LDB. Apenas para enriquecer os exemplos
citados, é interessante lembrar do uso de recursos de comunicação como vídeos e
infográficos e todo o mundo da multimídia; das técnicas de trabalho em equipe;
do uso de sistemas de indicadores sociais e tecnologias de planejamento e
gestão. Para não mencionar a incorporação das tecnologias e de materiais os
mais diferenciados na arquitetura, escultura, pintura, teatro e outras expressões
artísticas.
Estas e
muitas outras facetas do múltiplo fenômeno que é a tecnologia no mundo
contemporâneo, constituem campos de aplicação – portanto de conhecimento e uso
de produtos tecnológicos – ainda inexplorados pelos planos curriculares e
projetos pedagógicos. No entanto, além de sua intensa presença na vida cotidiana,
essas tecno logias são as que mais se identificam com os setores nos quais a
demanda de recursos humanos tende a crescer. Sem abrir mão do “discurso sobre
as tecnologias” as linguagens só se enriquecerão se atentarem mais para as
aplicações dos conhecimentos e capacidades que querem constituir nos alunos do
ensino médio regular e da EMEJA (educação de ensino medio para jovens e
adultos).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, Miguel. Projeto Político - Pedagógico. In: Anais do VII Seminário Nacional
de Educação Comunitária, s/s.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20
de dezembro de 1996
BRASIL. Resolução
CNE/CEB nº 03 de 28.06.1998. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio.
FERREIRA, Naura S. Carapeto. Gestão Democrática da Educação: atuais
tendências, novos desafios. 4º ed. Cortez, 2003.
GADOTTI, Moacir. Projeto Político-Pedagógico da Escola: fundamentos para sua realização.
In GADOTTI, M e ROMÃO, J. E (orgs). Autonomia
da Educação: princípios e propostas, São Paulo: Cortez, 1997.
LIBÃNIO, José. C. Didática.
São Paulo: Cortez. 1992. 261p.
LUCKESI, C. C. Avaliação da
Aprendizagem Escolar. 6. ed. São Paulo: 1997.
MARÇAL, Juliane Corrêa. Projeção: como promover a construção
coletiva de projeto pedagógico. Módulo III
CONSEDE, 2001.
PERNAMBUCO. Resolução CEE-PE nº 02/2004. Regula, no âmbito do sistema de ensino do
estado de Pernambuco, a oferta da Educação de Jovens e Adultos e dá outras
providências. Recife: DO 06.05.2004.
VYGOTSKI, L. S. A Formação Social da Mente. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes.
SAVIANI, Dermeval. Educação: Do Senso Comum a Consciência
Filosófica, 3ª ed. São Paulo: Cortez /Autores Associados, 1983.
SOARES, L. (Org). Formação de
educadores de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006
0 comments: